segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Dia 0/1 @arad

Como o Dias de Estupidez tem andado mais para lá do que para cá, decidi que a partir de hoje e durante os próximos 5 meses isto será tipo um diário romeno, mas em português. E pumba.

O primeiro dia da aventura começou com um comboio para Lisboa, e logo o primeiro comboio a sério da minha vida. Decidi sentar-me de costas para a frente do comboio para ver o país a ficar-me para trás e decidi também atravessar alguns níveis do Farm Heroes. Meanwhile ainda carreguei a bateria do telemóvel a uma miúda que tava aflita. #SerBomRapaz

Em Lisboa o tempo passou num instante, sendo que o grande destaque vai para uma junkie que se sentou a meu lado no aeroporto e que, depois de ter tado o tempo todo a falar cenas que não entendi, se foi embora deixando para trás o banco todo manchado com qualquer cena acastanhada. Não fui cheirar não. Ainda bem. Seguiu-se a melhor parte, com o Danielzinho sentado no 22F (último lugar da avioneta) e a tentar perceber se ia ter medo de voar. Nem nada. Foi sem grandes dúvidas uma das melhores experiências na minha vida, apesar do empadão de vitela que me serviram nem tar grande coisa.


E pumbas, cheguei a Budapeste ainda nem eram 5h (hora local) e deparei-me com o Caneira a vir a falar atrás de mim. Tal craque. Sentei-me e esperei pelo desgraçado romeno que ficou de me ir buscar. E foi. Pouco passava das 7h. Um gajo que não sabia falar inglês mas que me conseguiu explicar que tínhamos que correr porque só tinha 5 minutos de free ticket no estacionamento do aeroporto. A seguir, em vez de me levar para Arad, estacionou à frente do burger king e deitou-se a dormir. Pelos vistos tínhamos que esperar por um voo que chegava às 11h e tal.

Felizmente esse tal gajo tinha um amigo que apareceu eram 9h e pouco a dizer que ia para Arad. E lá fui eu com o amigo. Três horas e pouco depois estava a chegar a cidade onde agora estou. Largou-me em frente a um prédio, disse que era ali e foi-se. Seguiram-se dois idosos romenos que não sabiam inglês e que tinham a chave do meu quarto. Lá tive que pedir para ligar à coordenadora e o caneco. Resolveu-se. Agora moro num rés-do-chão com vista para um cemitério, tendo como colega de quarto o Pablo, espanhol.

Neste dia ainda decidi ir às compras ao LIDL e depois disso ainda fui para cascos de rolha jogar snooker mais um pessoal daqui do voluntariado. Como tava cansado e com sono (e estou) deixei-os ao fim de jantar e apanhei uma espécie de elétrico/metro/comboio para a residência. Meanwhile apareceu um bêbado a meter conversa e a dizer que quando tinha a minha idade tinha o sonho de ir conhecer Portugal. Não sei se fiquei meio apanhado com o álcool que o gajo expirava ou não, mas decidi sair na saída seguinte. Resultado: des-gra-ça.

Olhei em volta, voltei a olhar, e caraças. Onde tou eu?, pensei. Lembrei-me logo daquela vez em que me perdi na Covilhã, curiosamente também na primeira noite. E comecei a andar. Há que ter em conta que ainda não sei absolutamente nada de romeno e que muito pouca gente por cá fala inglês. Passei por uma rapariga e, depois de hesitar, decidi ir atrás dela para pedir ajuda. Perguntei-lhe se sabia falar inglês e ela disse de imediato que não, mas depois perguntou ‘why?’. E eu pumbas, ‘because I’m lost…’. Ela lá deve ter ficado sensibilizada, porque depois disso não me deixou mais ir embora. E ainda mais preocupada ficou quando lhe disse que era voluntário. Ligou para o pai (ou lá quem era) para eu falar com ele e ali andámos uns 15min a passear na cidade. Depois de repente apareceu o elétrico/metro e ela disse que era aquele o certo. Só tive tempo para agradecer a correr e para a ver a acenar toda contente. #SerBoaRapariga

E pronto, vou dormir.

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