Depois de mais
de uma semana de hibernação, eis que há um post nesta espelunca espécie de
blogue. E, desta vez, até que é um post com conteúdo. Vamos lá então!
Comecemos então
pelo último fim-de-semana, em que me desloquei até ao litoral para me
apresentar ao Mar Negro que, estranhamente, nem é nada negro. Para além do
facto de em Constanța as praias serem com terra em vez de areia (okay okay, it’s
not so bad), é fácil de perceber qual o momento a recordar daquela cidade:
aquela moça da esplanada, coza-se! Como disse na altura em que a vi:
bruuuuueueeeueue!
Quanto a Mamaia
(isso mesmo: MAMAIA!), que é basicamente a praia mais famosa e turística deste
país, tem areia mas nem sei ao certo para quê. Tem cadeiras para alugar desde o
início do areal até ao início do mar! É impressionante! Para além disso, são
muitas as latas/garrafas de cerveja que se podem encontrar abandonadas no
areal. Não gostei! 100 vezes Constanța (que se lê Constança)!
Saltando para o fim-de-semana
seguinte, mais propriamente para quinta-feira, eis que surge uma das mais
singulares histórias que certamente levarei deste país.
Fui até ao meu
antigo apartamento (que fica a 10min a pé do atual) para entregar as chaves ao
senhorio. Quando estava a regressar, uma rapariga aproximou-se de mim a dizer
qualquer coisa em romeno. Prontamente lhe pedi para falar em inglês ou espanhol
e ela escolheu a primeira opção.
Apesar de ser
num inglês arcaico, lá me explicou que tinha um “big problema” e precisava de
fazer uma chamada. “Na boa”, disse eu. Dei-lhe o telemóvel e ela lá fez a
chamada, não obtendo do outro lado a resposta que procurava. Acabou por
desligar e explicar-me que tinha “finish with the boyfriend” (ainda pensei que
o tivesse morto) e que agora não tinha onde ficar.
Resposta do
Danielzinho: “Relaxa. Eu moro aqui perto, portanto se quiseres podes ficar
comigo. Não te vou fazer mal e ainda te ofereço o jantar” (caraças, foi mesmo
assim, mas em inglês). E ela lá veio, aproveitando para me contar mais algumas
coisas durante o caminho.
Basicamente, e
resumindo a complexa e hardcore história da vida dela (23 anos):
- tinha fugido
de casa dos pais para ficar com o namorado há 2 anos atrás (uma vez que toda a
família era contra a relação);
- tinha um filho
de 3 anos, fruto de outra relação, que já não vê há 1 ano e que agora está com
o pai, que entretanto saiu da prisão;
- estava grávida
novamente, sendo que quando contou ao namorado, ele lhe disse para ela “tratar
disso”. Ela pediu-lhe dinheiro, mas ele não lhe deu (segundo palavras dela, a
discussão que originou o fim do relacionamento foi esta. O rapaz tinha dinheiro
para cerveja, mas não tinha dinheiro para pagar o aborto);
- chamava-se
Niko Nikoleta ou o caraças (segundo o facebook que ela me mostrou), o que daria
um excelente nome para um craque da bola.
However, cá
jantou e cá dormiu, acordando-me na manhã seguinte para me pedir o telemóvel e
ligar à irmã. Dei-lhe uma tigela de cereais e a filha-da-mãe deixou-me mais de
metade (MAIS VALIA NÃO TER ACEITE, CARAGO!). Entretanto foi comigo de metro
para depois ir à vida dela, sendo que ainda lhe dei um dinheirito porque ela
não tinha.
Na despedida,
disse-lhe para ter juízo e que estava na altura de começar a pensar um
bocadinho na vida. Espero que tenha dado resultado. Ela ligou-me, nesse mesmo
dia, umas 5 vezes. Hoje outras duas. Mas não atendi, porque o meu trabalho está
feito.
Em suma: nesta noite dormi com um olho no portátil/tablet/iphone e outro na cigana! :D
E voilá, a
história da sexta (que também é bonita) fica para o próximo post.