Antigamente as sapatilhas eram bonitas, tinham solas, tinham palmilhas e tinham atacadores. As crianças queriam ter umas, faziam sacrifícios para as terem, até as tiravam para darem pontapés às pedras, só com medo de as estragarem. E os pais, com as poucas possibilidades que tinham, trabalhavam mais horas por dia, trabalhavam mais dias por semana, tudo para poderem comprar umas sapatilhas bonitas, com solas, palmilhas e atacadores aos seus filhos.
Hoje os tempos são outros. Os pais, outrora tão boas pessoas, deixaram-se corromper pelas sapatilhas com fita colante; os filhos, outrora tão inocentes, foram devorados pela preguiça e já não querem atacadores. E perante isto, perante este mundo virado do avesso, as crianças são educadas assim, sem os atacadores entrarem nas suas vidas, sem enfrentarem a primeira grande batalha das crianças do meu tempo: apertarem os atacadores.
O que podemos esperar desta geração? Tudo. Menos que nos apertem os atacadores dos sapatos quando deixarmos este mundo. É triste.
Hoje os tempos são outros. Os pais, outrora tão boas pessoas, deixaram-se corromper pelas sapatilhas com fita colante; os filhos, outrora tão inocentes, foram devorados pela preguiça e já não querem atacadores. E perante isto, perante este mundo virado do avesso, as crianças são educadas assim, sem os atacadores entrarem nas suas vidas, sem enfrentarem a primeira grande batalha das crianças do meu tempo: apertarem os atacadores.
O que podemos esperar desta geração? Tudo. Menos que nos apertem os atacadores dos sapatos quando deixarmos este mundo. É triste.
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