terça-feira, 18 de novembro de 2014

Dias 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72 e 73 @arad @belgrad @timisoara


Oito dias depois aparece um raio de uma atualização nisto. E para começar este post tenho que reclamar pelo facto do facebook desta espécie de blogue (este) ainda não ter alcançado cem gostos! Eu até sei que o que o blogue merecia era "SEM gostos", mas uma vez que chegou aos 87 parece-me demasiado triste não chegar aos CEM.

Quanto aos dias que passaram, foi uma semana calma em que tive a visita de membros da minha “sending organization” (tal como  a miseravelmente foto escura seguinte que não foi tirada com o meu super-telemóvel documenta) e em que pouco mais coisas com realce aconteceram. Portanto este post vai focar-se na viagem de fim-de-semana: Belgrado.


Hitchhiking nem sempre é fácil (tal como já aqui escrevi), mas no caso da minha visita a Belgrado, não só foi fácil como foi mais que isso: foi perfeito! Vamos à história que ninguém vai ler para além de mim daqui a uns meses para recordar estas coisas todas.

Sexta, às 6h33 ‘tava o meu despertador a tocar. Era hora de acordar para me preparar para sair do dormitório e começar a tentar arranjar boleia. Assim foi, eram cerca de 8h quando começámos (meanwhile fomos de tram para fora da cidade) e passados 10 minutos já estávamos a caminho de Timisoara. Um engenheiro que falava inglês e que até nos perguntou se queríamos comer algo.

A seguir, em Timișoara, apanhámos outro tram (obviamente sem pagar bilhete) para a parte de fora da cidade. Íamos a andar calmamente à beira da estrada para chegar a um melhor spot para tentar hitchhiking quando um romeno parou e se ofereceu para nos levar a Moravița. Não falava inglês mas lá nos entendemos em romeno.


Em Moravița andámos cerca de 15/20 minutos em direção à fronteira. No meio deste trajeto vimos um homem a bater numa mulher no meio da estrada (minutos antes tínhamos falado com o homem em espanhol sobre o que andávamos ali a fazer). Infelizmente não pudemos fazer nada para o evitar.

Atravessámos o ponto de fiscalização da fronteira romena e enquanto caminhávamos lentamente para o ponto de fiscalização sérvio um carro parou. O senhor não falava inglês mas o que percebi do romeno foi algo dentro disto: “Desculpem mas não vos posso levar. Podem ir com o meu amigo.” Dois segundos depois apareceu o tal amigo, curiosamente outro engenheiro, que estava a ir em direção a Belgrado. Daí até ao nosso destino foi uma viagem interessantíssima. Falámos sobre a Roménia, sobre as eleições que seriam no Domingo, sobre religião, sobre ciganos, sobre o Drácula, etc. Aprendi imenso.

Quando chegámos a Belgrado ficámos no centro da cidade. Foi só encontrar internet e perceber que o nosso hostel estava a 10 minutos de nós. Fomos, deixámos as coisas e visitámos a cidade. E pronto, o resto 'tá em fotos (más fotos, porque as boas são as do facebook).


(provavelmente a melhor foto que tirei. Chegar a este sítio às 16h20 da tarde e assistir ao pôr-do-sol será sempre uma das mais arrepiantes memórias da minha vida)



 (este monumento, tal como outros, está assim propositadamente e serve para relembrar as pessoas daquilo que foi a guerra da antiga Jugoslávia)



(segundo a wikipedia, esta é a maior Igreja ortodoxa do mundo)

(super-foto tirada com o meu super-telemóvel de NOITE!) 



P.S. – A ideia que maior parte dos estrangeiros têm da Roménia é tão mas tão errada. Eu já restaurei a minha fé na humanidade ‘n’ vezes aqui, e este fim-de-semana simplesmente fiquei arrepiado com o que esta gente vale. Basicamente a Roménia tem sido governada por políticos corruptos (é uma afirmação que todos os romenos podem confirmar). However, depois de na primeira ronda o Ponta (candidato da continuidade, que era Primeiro-Ministro) ter ganho ao Iohannis (favorito de toda a região da Transilvânia), a segunda ronda revelou que há esperança!
Iohannis ganhou, depois de 300.000 romenos fora do país terem votado, depois de décadas de corrupção, depois de subornos feitos pelo partido de Ponta por todo o país. Antes disto, foi imensa a luta, inclusive com uma manifestação com 15.000 pessoas (!) à frente do escritório de Ponta. Quando os resultados foram conhecidos, Iohannis agradeceu e disse: “Romanians, you were heroes today.” E eles foram!

1 comentário:

Anónimo disse...

A minha fé na humanidade só é restaurada quando o tricolor sair do Benfica. SL