Como prometido,
cá está um post depois da viagem que tinha anunciado da última vez. E este até
podia ser um post para muito mesmo muito texto (tinha assunto para isso), mas
prefiro ficar-me por um resumo resumido da cena.
Hitchhiking (andar
à boleia) nem sempre é fácil e desta vez provei a pior parte da experiência.
Depois de uma hora a pedir boleia à saída de Arad, um homem ofereceu-se para
nos levar à fronteira… e assim foi. Ultrapassámos a fronteira e foi
estranhamente fácil arranjar um carro (os polícias da fronteira estavam de tal
forma admirados por terem um português, duas italianas e um bósnio-croata a
atravessar a fronteira a pé que pediram ao primeiro carro que passou para nos
dar boleia).
Essa tal boleia
levou-nos para uma vila a 6km da fronteira: Battonya. Nota importante: chovia,
e chovia bem! Tentámos mais uma vez hitchhiking para Budapeste, sob chuva cada
vez mais intensa, até que um carro parou. Era a polícia húngara. Queria ver os
nossos documentos. Lá perceberam que estávamos legais e foram-se embora, não se
importando minimamente com os quatro jovens no meio da estrada sob chuva. Era o
primeiro contacto com os húngaros (não ia melhorar).
Decidimos então
ir para o centro de Battonya para procurar um comboio ou autocarro que nos
levasse a Budapeste… mas nada. Apanhei provavelmente a maior molha da minha
vida até que encontrámos uma pessoa simpática que nos quis ajudar. Obviamente era
romeno! Conseguiu-nos arranjar lugar num mini-bus para Szeged (a maior cidade
seguinte) e nós pensámos que as coisas estavam a melhorar. Estavam e não estavam.
Chegámos a
Szeged, fomos à estação de autocarros e já não havia transporte para Budapeste…
Apenas tínhamos comboio às 5h e pouco da manhã (eram umas 19h). Procurámos um
sítio para comer e deparámos com um centro comercial… fechado. Viríamos a
descobrir que era feriado nacional na Hungria (oh sorte!). Felizmente
encontrámos um restaurante indiano aberto e barato. Categoria.
Fomos então para
a estação de comboios, sob chuva outra vez, contando com a ajuda do GPS do meu
telemóvel (bendito seja). Chegámos… estava fechada (abria às 4h… e eram 23h).
Não havia bares abertos, não havia hostels, chovia… esperámos durante duas/três
horas à porta de um prédio, protegidos da chuva mas não do frio, até que
decidimos partir para o ‘crime’. Invadimos um prédio (a porta estava mal
fechada) e sentámo-nos à entrada, receosos de sermos encontrados e maltratados.
Passado uns
minutos alguém chegou ao prédio, no entanto estava com dificuldades em abrir a
porta. Decidi ajudar e abri-la eu por dentro. Eram dois jovens japoneses.
Perguntaram se tava tudo bem e foram embora para o seu apartamento. Voltaram 10
minutos depois com café quente, chocolate e bolachas. Entretanto apareceu outro
jovem. Convidaram-nos para subir ao apartamento e deram-nos comida. Esperaram connosco
até quase às 5h e depois acompanharam-nos à estação de comboios. E restauraram
a minha fé na humanidade!
Seguimos então o
nosso caminho para Budapeste! E atenção que este post foi só sobre as primeiras
12 horas de uma viagem de 5 dias!
Meanwhile, depois de visitar cidades em três diferente países em 5 dias, o meu mapa de viagem está assim:
1 comentário:
Muito bem Daniel. Conhecer mundos diferentes. Aproveita.
Grande Abraço
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