terça-feira, 28 de outubro de 2014

Dias 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51 e 52 @arad @szeged @budapest @prague @brno @bratislava

Como prometido, cá está um post depois da viagem que tinha anunciado da última vez. E este até podia ser um post para muito mesmo muito texto (tinha assunto para isso), mas prefiro ficar-me por um resumo resumido da cena.

Hitchhiking (andar à boleia) nem sempre é fácil e desta vez provei a pior parte da experiência. Depois de uma hora a pedir boleia à saída de Arad, um homem ofereceu-se para nos levar à fronteira… e assim foi. Ultrapassámos a fronteira e foi estranhamente fácil arranjar um carro (os polícias da fronteira estavam de tal forma admirados por terem um português, duas italianas e um bósnio-croata a atravessar a fronteira a pé que pediram ao primeiro carro que passou para nos dar boleia).


Essa tal boleia levou-nos para uma vila a 6km da fronteira: Battonya. Nota importante: chovia, e chovia bem! Tentámos mais uma vez hitchhiking para Budapeste, sob chuva cada vez mais intensa, até que um carro parou. Era a polícia húngara. Queria ver os nossos documentos. Lá perceberam que estávamos legais e foram-se embora, não se importando minimamente com os quatro jovens no meio da estrada sob chuva. Era o primeiro contacto com os húngaros (não ia melhorar).

Decidimos então ir para o centro de Battonya para procurar um comboio ou autocarro que nos levasse a Budapeste… mas nada. Apanhei provavelmente a maior molha da minha vida até que encontrámos uma pessoa simpática que nos quis ajudar. Obviamente era romeno! Conseguiu-nos arranjar lugar num mini-bus para Szeged (a maior cidade seguinte) e nós pensámos que as coisas estavam a melhorar. Estavam e não estavam.

Chegámos a Szeged, fomos à estação de autocarros e já não havia transporte para Budapeste… Apenas tínhamos comboio às 5h e pouco da manhã (eram umas 19h). Procurámos um sítio para comer e deparámos com um centro comercial… fechado. Viríamos a descobrir que era feriado nacional na Hungria (oh sorte!). Felizmente encontrámos um restaurante indiano aberto e barato. Categoria.

Fomos então para a estação de comboios, sob chuva outra vez, contando com a ajuda do GPS do meu telemóvel (bendito seja). Chegámos… estava fechada (abria às 4h… e eram 23h). Não havia bares abertos, não havia hostels, chovia… esperámos durante duas/três horas à porta de um prédio, protegidos da chuva mas não do frio, até que decidimos partir para o ‘crime’. Invadimos um prédio (a porta estava mal fechada) e sentámo-nos à entrada, receosos de sermos encontrados e maltratados.

Passado uns minutos alguém chegou ao prédio, no entanto estava com dificuldades em abrir a porta. Decidi ajudar e abri-la eu por dentro. Eram dois jovens japoneses. Perguntaram se tava tudo bem e foram embora para o seu apartamento. Voltaram 10 minutos depois com café quente, chocolate e bolachas. Entretanto apareceu outro jovem. Convidaram-nos para subir ao apartamento e deram-nos comida. Esperaram connosco até quase às 5h e depois acompanharam-nos à estação de comboios. E restauraram a minha fé na humanidade!



Seguimos então o nosso caminho para Budapeste! E atenção que este post foi só sobre as primeiras 12 horas de uma viagem de 5 dias!

Meanwhile, depois de visitar cidades em três diferente países em 5 dias, o meu mapa de viagem está assim:


1 comentário:

Tiago disse...

Muito bem Daniel. Conhecer mundos diferentes. Aproveita.

Grande Abraço